O Professor Alon Pikarsky esperou do lado de fora do Hospital Hadassah Ein Kerem na segunda-feira, enquanto o barulho da ambulância se aproximava. Era seu trabalho fazer a triagem dos pacientes.
Em seus 35 anos trabalhando no Hadassah, o Prof. Pikarsky, Chefe de Cirurgia Geral, já havia visto sua cota de traumas, mas nada parecido com isso. Nos dois dias desde que os terroristas do Hamas iniciaram o seu ataque brutal a Israel, o hospital já tinha tratado mais de 60 pacientes, civis e militares, pelo menos metade com ferimentos graves.
Naquela manhã, uma mesquita na cidade de Abu Ghosh, nos arredores de Jerusalém, nas Colinas de Jerusalém, foi atacada por um míssil vindo de Gaza.
Ao abrir as portas da ambulância, ficou imediatamente claro que este paciente, um homem muçulmano de 20 anos que estava rezando na mesquita quando o míssil caiu, precisava de cuidados intensivos imediatamente.
“Ele veio sem pulso, sem vida, ele estava clinicamente morto”, contou o Prof. Pikarsky durante um briefing ao vivo realizado pelo Hadassah na quinta-feira. “Gritei para [meu colega], escute, me substitua na triagem, vou levar esse paciente imediatamente para o centro cirúrgico.”
A operação durou mais de duas horas.
“Ele teve ferimentos graves, ferimentos muito graves, nos principais vasos sanguíneos, tanto nas veias quanto nas artérias do abdômen e também em outros órgãos”, disse o professor Pikarsky.
Ele conseguiu estabilizar o paciente, mas teve que operá-lo novamente na terça e novamente na quarta. Na quinta-feira, ele permanecia em estado crítico na UTI e estava entre os 20 pacientes tratados no hospital após o ataque à mesquita.
“Oramos por sua vida”, disse o Professor Pikarsky, vestindo um uniforme roxo e sua máscara cirúrgica pronta enquanto se preparava para deixar o briefing e voltar para a cirurgia do próximo paciente.