Pesquisadores do Hadassah Medical Center e da Universidade Hebraica descobriram que o tipo mais comum de glóbulos brancos, chamados neutrófilos, contém pelo menos três subtipos distintos. Alguns combatem o desenvolvimento do câncer, enquanto outros oferecem um ambiente propício para o seu crescimento.
As descobertas da pesquisa poderão levar a novas terapias de combate ao câncer que busquem impulsionar os neutrófilos antitumorais, limitando a proliferação de neutrófilos pró-tumorais.
Na última década, novas abordagens de tratamento do câncer envolveram a ativação do sistema imunológico do paciente contra as células cancerosas sem danificar as células saudáveis próximas ao mesmo tempo. Recentemente, contudo, pesquisadores descobriram que existem céulas sãs que circundam o tumor que desempenham um importante papel no reforço ao desenvolvimento do câncer.
Assim, enquanto os neutrófilos, que compreendem de 50% a 70% de todos os glóbulos brancos, são tradicionalmente associados ao combate de infecções, dados acumulados sugerem que eles também desempenham um papel importante na biologia do tumor. Os cientistas do Hadassah e da Universidade Hebraica, trabalhando com tumores de ratos e amostras de sangue humano, descobriram que nos estágios iniciais da doença os neutrófilos limitadores do tumor prevalecem, mas com o progresso do câncer a subpopulação dos neutrófilos estimuladores do tumor se tornam dominantes.
Como explicam os autores: “Nós identificamos um subconjunto heterogêneo de baixa densidade (LDNs) que aparece transitoriamente numa inflamação “self resolving”, mas se acumula continuamente com a progressão do câncer. LDNs apresentam as funções e propriedades imunossupressoras do neutrófilo comprometidas, características que contrastam fortemente com os neutrófilos maduros e de alta densidade (HDNs). A compreensão adequada dos efeitos dos neutrófilos no tumor, assim como a forma que estas células colaboram ou combatem o câncer, podem nos ajudar a desenvolver estratégias para direcionar o sistema imunológico contra o tumor e, potencialmente, aprimorar o tratamento do câncer em geral e a imunoterapia em particular.
O estudo da pesquisa, liderado pelo Dr. Zvi Fridlender, do Centro Médico do Instituto de Medicina Pulmonar do Hadassah -Universidade Hebraica, e pelo Dr. Zvika Granot, do Instituto para Pesquisa Médica Israel-Canadá (IMRIC) da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica, foi destaque no “Phenotypic Diversity and Plasticity in Circulating Neutrophil Subpopulations in Cancer” em 22 de janeiro de 2015 na edição on-line do Cell Reports.