Sarri Singer, que mudou-se para Israel no final de 2001, tornou-se uma vítima do terror em 11 de Junho de 2003, quando um adolescente suicida explodiu-se no ônibus 14 em Jerusalém que ela havia pego para encontrar uma amiga para o jantar. Sarri foi severamente ferida, mas quando recuperou-se, ao invés de guardar ressentimento ou desesperar-se, Sarri fundou a Strength to Strength – Força à Força – um paraíso global para vítimas do terror; uma rede para apoiar sobreviventes a curar-se, empoderar-se e seguir adiante para construir uma cultura de paz.
Strength to Strength (http://stosglobal.org) oferece às vítimas do terror e suas famílias suporte psicológico e emocional através de encontros regulares e eventos, um forum para partilhar suas histórias e acessar informações e conselhos, bem como aumentar a atenção do público para as necessidades não atendidas dos sobreviventes do terror.
Como Diretora da Strength to Strength, Sarri realizou várias palestras através dos Estados Unidos, Canadá, América do Sul, Europa e Israel e continua a partilhar sua visão única sobre a luta contínua que as vítimas do terror enfrentam em Israel e em todo o mundo.
Em Março de 2016, Sarri foi uma das palestrantes no Department of Public Information/Nongovernmental Organization Briefing das Nações Unidas, realizado em paralelo com a 60ª sessão do Committee on the Status of Women. Durante o painel, intitulado “Women and Girls: From Adversity to Hope,” – “Mulheres e Meninas: Da Adversidade à Esperança” – Sarri contou à audiência sua história:
Filha de um senador do estado de New Jersey, Sarri acordou tarde na manhã de 11 de Setembro , quando aqueles dois aviões atingiram o World Trade Center, matando milhares. Seu escritório ficava a apenas dois quarteirões do atentado. Ela assistiu com horror na televisão a evacuação de seus colegas e sua corrida em busca de segurança.
“Eu sabia que não poderia ficar sentada e apagar os acontecimentos de 11/9 como se nada tivesse acontecido,” diz Sarri. Então, em Dezembro de 2001, ela deixou seu trabalho para mudar-se para Israel e ser voluntária em organizações que ajudam diretamente famílias impactadas pelo terrorismo.
Então, em 2003, Sarri tornou-se vítima do terror, uma entre 100 pessoas feridas por um homem-bomba de 18 anos, vestido como um judeu religioso. Passaram-se 12 anos deste ataque, mas Sarri diz que as memórias continuam presentes.
Queimada, sangrando e apavorada, ela foi puxada para fora do ônibus. Sua clavícula estava quebrada, seus tímpanos estourados, sua face queimada e machucada, e duas peças de estilhaços alojadas em sua boca – estilhaços que permanecem até hoje, visto que não foi possível remove-los com segurança. E, ela observa, ela teve sorte porque ouviu depois que aqueles que estavam a sua volta não sobreviveram.
Quando as pessoas perguntam a Sarri se ela alimenta ódio e desejo de vingança, ela responde enfaticamente, “De modo algum.” E explica, ódio apenas alimenta mais desruição. “Eu só tenho controle sobre como eu viverei minha vida daqui por diante. A vida é muito curta para pagarmos destruição com destruição.”
Sua resposta ao terrorismo é Strength to Strength, que reúne pessoas de todas as partes da vida, ligadas por suas experiências com o terror, mas que querem ajudar a construir uma cultura global de paz. “É somente uma sala de sobreviventes,” ela ressalta, “onde todos entendem os ferimentos alojados sob nossos escudos de coragem.”
Ouça a apresentação de Sarri emt http://webtv.un.org/watch/woman-and-girls-from-adversity-to-hope-dpingo-briefing-csw60-side-event/4805455564001#full-text Minutos 38-45.