Viver mais pode incluir anos dourados com netos ou visitas a destinos exóticos em uma numerosa lista de viagens, mas também aumenta as chances de encontrar múltiplas doenças, algumas das quais estão associadas à velhice.
Nos últimos cinco anos, uma equipe internacional de médicos de terapia intensiva, incluindo os intensivistas da Organização Médica Hadassah, o Prof. Peter Vernon van Heerden e a Profª. Sigal Sviri tem discutido como o aumento da longevidade afeta a medicina de cuidados críticos. A equipe deu o nome de “multimorbidade” a essa “co-ocorrência de múltiplas, geralmente duas ou mais, condições crônicas” que os indivíduos podem experimentar à medida que envelhecem.
No dia 10 de setembro de 2021, na edição do BMC Critical Care, os intensivistas propõem novas abordagens para integrar a multimorbidade nos processos decisórios da medicina de atenção crítica. “Com doenças antes devastadoras e muitas vezes fatais agora transformadas em condições crônicas”, escrevem, “isso está transformando a multimorbidade em um grande desafio no mundo do cuidado crítico”.
O Prof. van Heerden comenta: “Enquanto muitas pessoas mais velhas estão ‘lutando para se manter em forma’, os números mostram que a multimorbidade aumenta com a idade. Muitos pacientes mais velhos com duas ou três doenças crônicas acabam em unidades de terapia intensiva, e os hospitais nem sempre estão preparados para tratá-los.”
De fato, pesquisas mostram que a prevalência de multi morbidade é próxima de 90% em pacientes com 85 anos ou mais.
Embora a presença generalizada de multi-morbidade entre os idosos “possa parecer um pouco óbvia”, diz o Prof. van Heerden,“não foi formalmente reconhecida até agora.” O Prof. Heerden observa que os colegas“se aproximaram da equipe internacional e nos disseram que os ajudamos a entender o fenômeno”.
A equipe internacional insta os geriatras a se envolverem assim que um paciente idoso for internado em uma UTI. Também defendem que as instituições de saúde, historicamente estruturadas para tratar condições únicas, tenham uma abordagem mais holística no tratamento de pacientes idosos.
O Prof. Van Heerden espera um momento em que a atual gama de UTIs, que inclui geral, cirúrgica, neurológica, cardíaca, etc., incluirá também as UTIs geriátricas.
Legenda da foto principal: Prof. Sigal Sviri