Neste blog, eu trago para você uma história emocionante da Médica Palhaça Shiri Breuer, intitulada “Milagres Acontecem”
Cenário: Sala de Emergência do Hadassah Hospital
Eu passo pelas salas. Aqui, um quarto escuro. Ali, uma avó e um avô; Lá uma mãe com dor; e acolá uma menina deitada, olhando para o teto, imóvel.
“Bonjour,” eu digo. A avó me responde e a investigação começa. Ao mesmo tempo, eu olho para a menina, seus olhos fixos em mim, mas ela não tem expressão. Está consciente?
Neste meio tempo, a atmosfera no quarto fica mais relaxada e o avô também entra em cena. Por um momento nós estamos “passeando” nos Champs-Élysées, conversando em francês e Hebraico.
A mãe pergunta à avó em Inglês: “A menina está sorrindo?” A avó responde: “Não,” e a mãe me pede para sair – a menina precisa descansar, ela diz. Eu saio sem hesitação e sigo para o próximo quarto.
Tem uma menina conhecida neste quarto e nós continuamos com os jogos e a conversa. Quando eu termino, no caminho de volta, eu vejo que o primeiro quarto está irreconhecível.
Está iluminado. A menina está sentada na mesa comendo. “Como você está?” eu pergunto à mãe. “É um milagre,” ela diz. “Eu não sei o que você fez, mas do momento em que você saiu ela começou a falar – pela primeira vez desde que chegamos aqui e pediu para comer.”
“Então eu posso entrar?”, perguntei. “Sim,” respondeu a mãe. Eu entrei, peguei um balão, enchi e dei para o pai, que estava de pé no outro lado da cama. O balão voou porque eu não tinha amarrado – e a menina riu. Eu enchi o balão de novo e de novo o ar saiu e a menina riu, uma risada simples, relaxada. A mãe não podia acreditar. Sim, e de novo, de novo e de novo.
No dia seguinte eu cheguei e descobri que eles já estavam na ala e iriam para casa no dia seguinte. A mãe me agradeceu. “Foi um milagre,” ela disse; “eu não sei o que você fez.” Ela me contou a história – como eles quase perderam a filha, como ela quase se afogou e no último momento eles correram para o pronto socorro do Hadassah e ela foi salva. Mas eles não sabiam de seu estado cognitivo. A primeira vez que ela reagiu foi quando eu estive no quarto.
Eu fiquei maravilhada de ver o efeito que o palhaço tem no hospital. Quando eu entrei no quarto, eu senti que alguma coisa estava empacada ali. O palhaço, diferente da equipe, vem de um lugar diferente. Permitindo relaxar a atmosfera, ver as coisas sob uma nova luz de um lugar diferente, eu pude dar à menina a possibilidade de escolher algo novo (e que, na verdade, ela já devia estar pronta por si).
Então, às vezes… milagres acontecem. – Shiri, há sete anos no Hadassah Hospital Medical Clown