Enquanto aproximadamente um quarto das mulheres grávidas podem sofrer de Apnéia do Sono Obstrutiva (ASO), esta paralização ou limitação recorrente da respiração normal não é tipicamente diagnosticada ou tratada, relata o Prof. Yehuda Ginosar, da Hadassah Medical Organization, Diretor da Mother and Child Anesthesia Unit, e a Dra. Suzanne Karan, Professora Adjunta de Anestesiologia e Diretora do Anesthesiology Respiratory Physiology Laboratory na University of Rochester (NY) School of Medicine. Para dar atenção a este problema, eles propuseram uma nova entidade de diagnóstico chamada de “Apnéia do Sono Gestacional”, criando um paralelo entre as diagnoses de Hipertensão Gestacional e Diabetes Gestacional – duas outras complicações da gravidez. Com a criação da nova diagnose, diz o Prof. Ginosar, “profissionais de saúde estarão capacitados a descrever adequadamente, diagnosticar e tratar a ASO em mulheres grávidas.”
Os dois medicos/pesquisadores trabalharam juntos durante a estada da Profa. Karan no Hadassah em seu ano sabático da University of Rochester, NY. O Prof. Ginosar está agora em um ano sabático estendido nos Estados Unidos e servindo, ao mesmo tempo, como Diretor da Obstetric Anesthesiology na Barnes-Jewish Hospital em St. Louis, MO e como Professor de Anestesiologia na Washington University School of Medicine. Eles explicam que “o ronco durante a gravidez é encarado por muitas pessoas como um evento transitório e sem necessidade de tratamento.” Da mesma forma, “médicos e pacientes podem atribuir o cansaço durante o dia ao fato de se ‘estar grávida’ ao invés de atribui-lo à apnéia do sono.” O resultado é que a mulher grávida não é encaminhada a um médico com experiência em sono para diagnosticar a condição – apesar do fato de que a ASO tem muitas complicações, como pré-eclâmpsia (alta pressão sanguínea) e restrição ao crescimento do feto – e a coloca em risco pelas elevadas taxas de açúcar no sangue e doenças cardíacas.
O Prof. Ginosar e a Profa. Karan apresentaram a diagnose no editorial “Gestational Sleep Apnea: Have We Been Caught Napping?” publicado na edição de Maio de 2016 do International Journal of Obstetric Anesthesia.