“Porque o tratamento do câncer é prolongado, eu me torno parte de cada família,” diz Smadar Gadassi, enfermeira especializada em Oncologia do Hadassah Medical Center, cujos pais vieram de Cochin, Índia. A mais nova de sete irmãos, ela vive em Karmei Yosef, uma vila perto do aeroporto de Lod. Sua filha de nove anos frequenta a escola em Neve Shalom, a única vila árabe-judia em Israel.
A Sra. Gadassi, enfermeira há 25 anos, nasceu em Israel, cresceu em Haifa, estudou no Hadassah e trabalhou na Unidade de Tratamento Intensivo no Hadassah-Mount Scopus por 18 anos. Nos últimos cinco anos, trabalhou no centro de day-care oncológico do Hadassah. Seus pacientes são um mix de judeus e árabes, religiosos e não tão religiosos. Muitos de seus pacientes são mulheres que tem câncer de mama.
“Por exemplo, eu me tornei muito próxima de uma paciente ultra-ortodoxa, nascida na América, cujo câncer de mama foi descoberto quando ela se aproximava do final de sua quarta gestação,” conta a Sra. Gadassi. “Ela e seu marido, que sempre a acompanhava usando seu chapéu de pele, eram pessoas muito abertas. Nós começamos a quimioterapia quando ela ainda estava grávida. O menino que nasceu hoje tem três anos. Ela ainda recebe tratamento todo mês. Nós estamos em contato a cada poucos dias porque ficamos muitos próximas.”
“Cerca de 30% de nossos pacientes são árabes,” diz a Sra. Gadassi.”Uma mulher de Gaza com metástase de câncer de mama,” relata, “sempre chega no final do dia e precisa ser tratada imediatamente porque ela quer voltar à passagem da fronteira antes das 19h. Eu me asseguro de que tudo esteja pronto antes que ela chegue aqui. Nós nunca sabemos se ela tem o correto encaminhamento da Autoridade Palestina. A política algumas vezes atapalha naquela lado. Eu sempre fico tão aliviada ao vê-la que nos abraçamos antes do início do tratamento. Eu falo um pouco de Árabe e algumas vezes ela tem um parente acompanhante que fala um pouco de Inglês, então nós nos arranjamos. Nós não estamos somente tratando câncer, tentando utilizar os mais avançados métodos do mundo, mas estamos também lidando com o complicado ambiente multicultural e político de nossa região.”
Em Abril, a Sra. Gadassi irá aos EUA para um curso prático de duas semanas na unidade de tratamento oncológico do Hospital da Universidade da Pensilvânia na Filadélfia, com o objetivo de reunir ideias para implementar no day-care oncológico no Hadassah. Esta oportunidade de intercâmbio é patrocinada por uma bolsa de enfermagem, oferecida pelo Hadasah na América.