Em reconhecimento ao Mês de Conscientização do Câncer de Mama, Hadassah, a Organização Sionista Feminina dos Estados Unidos se orgulhou de fazer parceria com a Embaixada de Israel e o Instituto Nacional de Câncer para oferecer a apresentação do painel “Inovações no Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama”.
O painel de 27 de outubro contou com a Dra. Shani Paluch-Shimon, Diretora do Programa de Oncologia de Mama do Hospital Hadassah Ein Kerem, e a Dra. Barbara Dunn, Oficial Médica do Grupo de Pesquisa de Estudos de Oncologia Comunitária e Ensaios de Prevenção da Divisão de Prevenção do Câncer no Instituto Nacional de Câncer. Moderando o painel esteve a Ministra de Diplomacia Pública da Embaixada de Israel, Tammy Ben-Haim.
“Conversas como essas salvam vidas”, disse aos participantes a Presidente Nacional de Hadassah (*USA), Rhoda Smolow, nas suas observações introdutórias, onde enfatizou a conscientização sobre o câncer de mama como uma pedra fundamental da missão de defesa da saúde da mulher de Hadassah.
Como em toda a ciência médica, as perspectivas muitas vezes mudam à medida que novos dados emergem. Entre as mudanças de paradigma no diagnóstico e tratamento do câncer de mama está a “consciência de que o câncer de mama não é uma única doença”, esclareceu a Dra. Paluch-Shimon. Com esse reconhecimento, explicou, vem o imperativo de entender a biologia específica do tumor de um paciente e adaptar o tratamento com mais precisão. Além disso, a Dra. Paluch-Shimon disse: “às vezes, menos é mais. Temos que fazer o tratamento direito e não tratar demais nossos pacientes.”
Dunn se concentra na outra extremidade do espectro: prevenção do câncer. Ela e seus colegas identificam os fatores de risco de uma mulher para os diferentes tipos de câncer de mama e, em seguida, exploram as etapas para mitigar esses riscos. Dunn relatou que o fator de risco mais forte é uma “mutação patogênica nos genes BRCA1 ou BRCA2”. Dito isso, ela observou que, exceto entre certos grupos, como as mulheres judias ashkenaziot (*Plural feminino da palavra ashkenazi), onde o risco é de uma em 40 mutações, os BRCA são raros.
Falando sobre as mulheres judias ashkenaziot, a Dra. Paluch-Shimon disse: “Sugiro fortemente que mulheres de descendência ashkenazi sejam testadas independentemente da história familiar.” Ela observou que a mutação BRCA pode ser herdada de uma mulher ou de um homem. Ao mesmo tempo, ela disse, alguns cânceres, embora apareçam várias vezes na mesma família, ainda podem não estar ligados a um gene herdado. Pode ser que a causa seja poligênica, envolvendo mais de um gene.
Outros fatores de risco que a Dra. Dunn está investigando incluem obesidade e um estilo de vida sedentário, bem como os riscos menos conhecidos de mudança de peso e exposição à radiação. Além disso, a Dra. Dunn revelou que as mulheres que menstruam mais cedo ou têm menopausa tardia têm um período mais longo de exposição ao estrogênio e, portanto, um maior risco para o câncer de mama.
Paluch-Shimon destacou outro fator de risco que, segundo ela, não é falado, mas temos a capacidade de modificar através do nosso estilo de vida: o álcool. “Não precisamos evitar totalmente o álcool”, enfatizou ela, “mas devemos ser muito cautelosas sobre o quanto bebemos”.
Os especialistas em oncologia também discutiram a incidência de câncer de mama entre diversos grupos étnicos. Inicialmente, pesquisadores constataram que a incidência de câncer de mama nos EUA era menor entre as mulheres negras do que entre as brancas. Mas, a Dra. Dunn relatou, a prevalência entre as mulheres negras está “aumentando”. Além disso, disse ela, a mortalidade entre as mulheres negras é maior, explicando que existem “determinantes sociais da saúde”, como o menor acesso aos cuidados de saúde, causando diagnóstico tardío e a incapacidade de pagar alimentos saudáveis. Além disso, as mulheres negras tendem a contrair câncer de mama triplo negativo, que não pode ser tratado com terapia anti-hormonal como muitas outras formas de câncer de mama. O tratamento necessário é agressivo e não tão bem sucedido.
Dunn e a Dra. Paluch-Shimon estão investigando maneiras de eliminar as disparidades de saúde e melhorar o acesso aos cuidados de saúde para todas as populações. Em Israel, é entre as árabes e as ultraortodoxas que as disparidades de saúde são predominantes.
Para todas as pacientes com câncer de mama, enfatizaram as médicas, a qualidade de vida durante o tratamento é fundamental. Paluch-Shimon observou que “a qualidade de vida faz parte de todas as avaliações do tratamento. Não há ensaios clínicos que não considerem isso.” E, ela esclarece, é a qualidade de vida definida pela paciente, não pelo médico, tecnicamente conhecido como “resultados registrados pelo paciente”.
No Centro de Oncologia Mamária de Hadassah, a Dra. Paluch-Shimon relatou que a abordagem é integrada e holística, incluindo uma equipe dedicada de psicólogos para pacientes com câncer de mama. Há também um “navegador paciente”, que ajuda as mulheres a navegar em seu complexo protocolo de tratamento.
Paluch-Shimon também lidera um Serviço Especial de Oncologia dedicado a mulheres jovens, criado há 10 anos em reconhecimento ao fato de que o câncer de mama é particularmente desafiador para mulheres jovens que estão lidando não apenas com uma doença que ameaça a vida, mas também com a perda potencial de sua fertilidade. Em Hadassah, alertar essas mulheres para a oportunidade de preservação da fertilidade é sempre uma prioridade.
O aprendizado chave para levar de ambas as médicas foi claramente que a consciência dos fatores de risco e as opções, acompanhadas de ação, salvam vidas.
Veja o webinar na página da Embaixada de Israel no Facebook.
Ouça o podcast de Hadassah sobre câncer de mama.
* Notas do Tradutor