Meu nome é Aly e eu estou orgulhoso e honrado de escrever um blog para os websites do Hadassah. Eu espero que as minhas atualizações regulares possam ajudar a dar-lhe uma visão do que realmente torna o Hadassah grande… o prédio, os pacientes e a incrível equipe que atende dia e noite.
Um pouco sobre mim: em tenho 53 anos e minha família e eu fizemos Aliá há cerca de 18 meses. Há cerca de 4 anos, enquanto vivia na Inglaterra, eu recebi um “duplo diagnóstico” depois de uma RM: esclerose múltipla (EM) e um tumor no cérebro. O tumor, por causa de seu formato, tamanho e tipo é inoperável e eu sempre fui avisado de que em algum momento isto poderia mudar e necessitar de mais tratamento. Neste meio tempo, pelos últimos 4 anos, eu utilizei injeções três vezes por semana para controlar a EM e deter a deterioração.
Tendo planejado nossa Aliá por aproximadamente 24 anos, e com o tumor não mostrando mudança significativa, nós finalmente realizamos nosso sonho de mudar para Israel em Maio de 2015. Infelizmente, o tumor mostrou sinais de crescimento e mudança de comportamento e, depois de uma biópsia este ano, eu estou agora no meio de um tratamento de quimioterapia – depois de um tratamento intensivo de radioterapia no começo do ano. Pacientes com esta combinação de condições não são comuns, mas os professores que me tratam se mantém em constante pesquisa e eu estou confiante de que juntos vamos vencer!
É difícil colocar em palavras para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o incrível complexo do qual faz parte o Hospital Hadassah Ein Kerem; instalado no topo de uma colina, dispõe de uma vista privilegiada de Jerusalém, apesar da estrada ser cortada por ventos fortes ( e em comum com outras estradas de Israel ser utilizada em velocidades muito maiores do que seria possível), há uma beleza tão grande na paisagem circundante que independente de quão ansioso você esteja se sentindo, você pode experimentar um sentimento combinado de paz e pertinência.
Este sentimento é aumentado na chegada ao hospital, onde você é agraciado por uma das mais inspiradoras visões: a entrada do Sharett Institute of Oncology. As humildes palavras na Parede da Promessa, para mim, definem o Hadassah:
“Esta é a promessa do Hadassah. Em nome de todos aqueles que nós honramos e lembramos sobre esta parede, nós nos comprometemos a continuar uma incessante busca para controlar e conquistar o câncer com compaixão e esperança.”
Eu sentei nos bancos que você vê na foto e usei o tempo para realmente apreciar o hospital, o tratamento, viver em Israel e viver em geral. Eu também chorei nestes bancos e conversei com outros pacientes e visitantes.
Hadassah é como uma pequena cidade, habitada dia e noite por uma equipe enorme, cada um tão importante e necessário quanto o outro. Eu pensei em, através deste blog, apresentar a você alguns destes “heróis não cantados”.
Eu começo com o departamento de radiologia, desde que minha primeira experiência intensiva com o hospital foi através deste departamento. Eu tinha um compromisso diário as 7 horas da manhã e sempre via os mesmos pacientes cada manhã. Nós conversávamos sobre tratamentos, comparávamos condições e até partilhamos o bolo no meu aniversário! Na minha primeira visita fui apresentado a Ruth, uma enfermeira canadense que gentilmente me explicou o que aconteceria e os sintomas que poderia experimentar. Ela me mostrou como amarrar um lenço na cabeça para cobrir a perda de cabelo e proteger minha cabeça, falou comigo sobre olhar meu corpo interna e externamente, e realmente ajudou a humanizar o hospital a afastar de mim meus medos e preocupações. Todas as vezes que a encontrei desde então ela sempre me cumprimentou com um gesto gentil, um pequeno conselho ou um simples sorriso e me saudando pelo meu nome – uma grande heroina não cantada.
Outro herói não cantado do mesmo departamento é o cara que limpa as áreas públicas. Quando ele soube que eu estava vindo diariamente e sempre precisava encher minha garrafa de água em um certo momento, ele alterava sua rotina para se assegurar que água fresca estaria disponível para mim no momento certo. Nós não nos comunicávamos verbalmente – ele fala somente árabe – mas com a “linguagem dos sinais” eu fui capaz de agradecer e mostrar que apreciava seu gesto.
Eu estou agora apenas sentado na sala de espera do Departamento de Neuro-Oncologia, esperando para ver meu neuro-oncologista. Eu estou esperançoso de que receberei autorização para reiniciar a quimioterapia no final do mês e, se não, que possamos discutir outras opções. Seja lá o que aconteça, eu sei que uma decisão fundamentada e com foco no paciente será tomada para atender meus melhores interesses
Eu vou atualizar meu próximo blog” – Aly