“O voluntariado na Clínica Médica do Hadassah no Centro de Refugiados de Przemyśl, na Polônia, foi uma das experiências mais significativas da minha vida”, diz o Dr. Manno (Micky) Saks, Especialista aposentado em Ginecologia e Obstetrícia de Zurique. “Fiquei impressionado com tudo o que vi e experimentei como parte desta Missão Médica Humanitária de Hadassah na fronteira ucraniana-polonesa.”
Inicialmente, Saks, que é Presidente de Hadassah Suíça e Membro da Diretoria Internacional do Hadassah, não acreditava que Rússia invadiria a Ucrânia. No entanto, quando as histórias de partir o coração sobre a situação dos refugiados ucranianos começaram a se espalhar pela Europa, Saks soube que, como médico e líder do Hadassah Internacional, ele precisava estar lá para ajudar.
Com o incentivo de sua família, o Dr. Saks ingressou na Missão de Hadassah em 9 de maio de 2022.
A primeira impressão que recebeu foi a enormidade da multidão de pessoas amontoadas sem privacidade neste shopping reformado. Na época, cerca de 800 a 1.000 mulheres e crianças passavam pelo Centro todos os dias. Ele foi informado de que isso estava consideravelmente abaixo do fluxo de pico de 2.500 refugiados por dia.
Prestando assistência médica 24 horas por dia, 7 dias por semana, eles trabalham três turnos de 8 horas durante a semana e dois turnos de 12 horas no fim de semana. Vários médicos e enfermeiros da Organização Médica Hadassah falam russo e atuam como intérpretes para o restante da equipe.
Cerca de metade dos refugiados que procuraram a Clínica Médica em busca de ajuda tinham uma doença que exigia tratamento, cerca de 30% precisavam de medicamentos, e o restante, entre eles algumas mulheres grávidas, simplesmente queria ter certeza de que a gravidez estava indo bem. Os refugiados ficam muito agradecidos pelo atendimento médico em um momento em que suas vidas estam tumultuadas.
Saks lembra das quatro mulheres ucranianas que estiveram em um programa de Metadona por 13 anos. Quando os soldados russos invadiram sua cidade natal, saquearam suas casas e levaram tudo, inclusive todos os medicamentos. Privadas da Metadona de que precisavam desesperadamente, duas das quatro mulheres cometeram suicídio. As outras duas conseguiram atravessar a fronteira para a Polônia e procuraram a Clínica do Hadassah em busca de ajuda. Sem saber como lidar com a situação, os médicos de plantão do Hadassah consultaram por telefone seus colegas do Departamento de Neurologia e Psiquiatria em Jerusalém e elaboraram um plano para preencher a lacuna médica até que uma solução fosse encontrada. Eventualmente, as mulheres foram transferidas para Frankfurt, na Alemanha, para tratamento adicional.
A equipe do Hadassah passou muitas horas com refugiados que ficaram sem seus medicamentos. Eles apresentavam seus frascos de comprimidos e os médicos tem que tentar ler a receita – geralmente escrita em cirílico – determinar qual é o medicamento e encontrar um equivalente disponível localmente. Um grande número de medicamentos e itens cirúrgicos doados por empresas farmacêuticas chegam diariamente e precisam ser cuidadosamente separados. Algumas doações também vem de indivíduos, incluindo uma grande caixa de insulina.
Um dia chegou um microônibus com três mulheres que tinham câncer avançado de diferentes origens. Lá trás na Ucrânia, elas ouviram falar dos maravilhosos médicos israelenses e foram direto para a Clínica do Hadassah esperando uma cura. Por fim, elas foram transferidas para o Hospital Universitário de Lublin para tratamento adicional.
Saks sempre se lembrará com o coração cheio, de como quando a equipe médica do Hadassah chegava todas as manhãs vestindo seus coletes de segurança amarelos com a inscrição “Missão Médica Humanitária do Hadassah”, os refugiados os aplaudiam e lhes davam um “polegar para cima”. Ele nunca esquecerá sua experiência ajudando refugiados ucranianos e é muito grato ao Hadassah Internacional por ter tido essa oportunidade de fazer a diferença.
Legenda da foto principal: O Dr. Micky Saks (no meio) com o Dr. Piotr Wacinksi – Chefe do Departamento de Cardiologia do Hospital Universitário de Lublin (à esquerda) e Michal Szabelski Ph.D. e MSc – Diretor Adjunto de Finanças e Desenvolvimento do Hospital Universitário de Lublin (à direita)